Stalker manda 600 Pix em um dia para se comunicar com vítima no Paraná, diz delegado
11/04/2025
(Foto: Reprodução) Segundo investigação, transferências variaram entre R$ 1 e R$ 10. Ele foi preso por ameçar outra vítima que perdeu namorado e emprego após perseguições. g1 aguarda posicionamento da defesa do homem. Delegacia da Policia Civil de Cianorte
Reprodução/RPC
Alisson Silva dos Santos de 31 anos, que foi preso por perseguir e ameaçar uma mulher em Cianorte, no noroeste do Paraná, também fez outra vítima na cidade. Ela procurou a Polícia Civil (PC-PR) depois que soube do caso e disse que em um dia chegou a receber 600 Pix com mensagens e ameaças do stalker. Veja os prints abaixo.
Relembre o caso anterior
As informações são do delegado Cássio Henrique Dias de Souza. Ele informou que o inquérito sobre o caso foi finalizado e Alisson foi indiciado pelos crimes de perseguição e por causar dano emocional a mulher.
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A prisão em flagrante de Alisson foi convertida em preventiva e ele segue preso na cadeia pública de Cianorte.
O inquérito foi remetido ao Ministério Público (MP-PR), que vai decidir por denunciá-lo ou não.
O g1 pediu um novo posicionamento da defesa de Alisson e aguarda retorno.
➡️ O stalking é caracterizado por perseguição a alguém e consiste em uma série de comportamentos que, acontecendo de forma repetitiva, prejudicam qualquer forma de liberdade da vítima: ela não se sente confortável em publicar conteúdo nas redes sociais até ter medo de andar na rua, por exemplo. A prática virou crime em 2021, quando foi incluída ao Código Penal.
Entenda quando a perseguição na internet se torna crime
Vítima registrou prints com mensagens e ameaças
Vítima recebia Pix com mensagens e ameaças do stalker.
Polícia Civil (PC-PR)
A mulher, de 40 anos, disse em depoimento que a perseguição aconteceu de novembro de 2024 a janeiro de 2025. Conforme o delegado, ele encontrou a vítima em uma rede social, descobriu que ela trabalhava em uma loja de shopping e achou o número de telefone comercial dela por meio do site do estabelecimento.
Depois disso, Alisson passou a enviar presentes, como chocolate, bombom, sorvete e flores, para a mulher enquanto ela estava no trabalho, durante cinco dias seguidos.
Por causa da insistência, a vítima chegou aceitar a conversar com ele durante o almoço e, na oportunidade, pediu para que ele parasse de enviar presentes.
Contudo, a abordagem continuou por meio de mensagens em um aplicativo. Ele também tentou se comunicar com a vítima por Pix, enviando valores de 1 e 10 centavos e R$ 10.
Em prints registrados pela vítima, Alisson pedia para que eles se encontrassem, e em outras conversas, cobrava pelos Pix que tinha enviado.
Stalker mandava mensagens insistindo em se encontrar com a vítima.
Polícia Civil (PC-PR)
Após ser bloqueado pela vítima, Alisson entrou em contato com a patroa dela para pedir o contato pessoal. Depois ele também passou a enviar mensagens para outras funcionárias da loja.
"Ela ficou com medo de perder o emprego, mas o gerente falou que conhecia ela há muito tempo. Ele também chegou a entrar em contato com as vendedoras da loja de Maringá", contou o delegado.
Alisson só parou de perseguir a mulher, quando conheceu a outra vítima.
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Outra vítima perdeu o emprego e o namorado por causa do stalker
Delegado conta como mulher foi perseguida no PR; PM orienta como fazer a denúncia.
Alisson foi preso em flagrante no dia 3 de abril por ser suspeito de perseguir e ameaçar uma mulher de 20 anos no mercado em que ela trabalhava. De acordo com o delegado, por conta da perseguição reiterada de Alisson, a vítima chegou a perder o namorado e o emprego. Assista o relato do delegado acima.
Conforme Souza, ele passou a enviar presentes e a acompanhar ela nas redes sociais. Porém, quando a vítima assumiu um relacionamento, Alisson passou a stalkeá-la e procurou o namorado dela para espalhou mentiras sobre ela, o que ocasionou o término do namoro.
Depois disso, o Alisson procurou o gerente do mercado onde a vítima trabalhava, o que levou a demissão da mulher do emprego.
Após receber a notícia de que havia sido demitida, a mulher foi até a casa de uma amiga, mas foi seguida pelo suspeito. Ao ver que ele estava entrando pelo portão da casa, ela se escondeu no banheiro e chamou a polícia.
Por isso, o delegado orienta que outras mulheres que tenham sido vítimas do mesmo homem, entrem em contato com a polícia para registrar o boletim de ocorrência.
Conforme o aspirante da Polícia Militar (PM) Maicon Quintiliano, o ideal é reunir provas contra os stalkers.
"Se a a pessoa se sentir constrangida, sendo perseguida, a gente orienta que a pessoa colha provas, junte print de telas de conversas com essa pessoa e bloqueie se for possível. Em situações de emergência, procure a Polícia Militar, que a gente dá esse suporte imediato. Se a pessoa não está no local oferecendo desafio iminente, procure a delegacia para fazer esse registro, para que sejam feitas as diligencias para busca e prisão pelo crime de stalker", orientou o PM.
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